“Durante os anos de vida profissional, eu era capaz de realizar diversas atividades ao mesmo tempo, dando atenção a cada uma com relativa eficiência. Mas agora, com mais idade, o grande desafio é administrar algumas tarefas com a atenção necessária, sem perder detalhes pelo caminho. Veja o que estou fazendo para melhorar minha memória.
Preste atenção. Eu descobri que minha memória melhora quando me concentro no que estou fazendo no momento. Por exemplo, ao estacionar o carro num estacionamento, procuro gravar a exata localização daquela vaga e presto muita atenção ao nome da pessoa `a qual estou sendo apresentado, fazendo uma associação que me ajudará a lembrar . Ou fazer um esforço extra de concentração ao ouvir uma longa exposição, em vez de deixar meu pensamento vagar. Focar a atenção no que está mais próximo de nós é o que faz a memória melhorar miraculosamente. Quando somos o tempo todo bombardeados por propagandas, ruídos diversos e outros estímulos, é fácil nos distrairmos, mas se formos capazes de firmar a atenção e pensar com clareza no que estamos fazendo, poderemos resistir `a tentação de deixar o pensamento vagar por outros assuntos.
Esquecimentos. Eu não acho que minhas falhas de memória se devam ao envelhecimento. Na verdade, eu não estou esquecido, mas menos capaz de dividir minha atenção com diversos afazeres. Se eu estiver pensando num jantar para o qual fui convidado e, nesse instante, eu deixar o molho de chaves sobre uma mesinha, há muita chance de eu ter dificuldade, depois, para encontra-lo na hora de sair. Ou se minha mulher estiver me contando algo importante para ela e eu olhar o relógio para checar o horário do jogo do meu time de futebol naquela noite, posso perder o que ela falou, e me sentirei um tonto por lhe pedir que repita tudo o que disse novamente.
Quanto mais eu me distrair com algo que deveria ou poderia fazer, menos atento estarei `as coisas imediatas. Deixar, ao me servir, que um copo transborde de água e molhe a toalha enquanto estou pensando em outra coisa prova para mim mesmo que minha mente, quando eu era mais jovem, podia fazer as duas coisas, mas hoje, não pode mais.
Uma coisa por vez. Para mim, manter a memória funcionando é questão de fazer uma coisa por vez. Hoje e no futuro, eu espero sempre ter muito para fazer, mas no meu ritmo, deixando para depois o que não puder ou quiser fazer agora. E essa liberdade me permitirá dar atenção e apreciar cada momento ao máximo. Com tal foco, eu espero que a minha memória seja minha amiga ainda por muitos e muitos anos”.(Dave Bernard)