Cães terapeutas tratam idosos

Uma reportagem publicada em O Estado de S. Paulo em setembro de 2012 mostrou que animais podem ser usados no tratamento de idosos com diferentes distúrbios. Mas, em geral, o trabalho é feito apenas por instituições especiais – a menos que você tenha em casa um cão terapeuta. Quem prepara os animais para essa função é a psicóloga Kátia Aiello, diretora de comportamento do Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (Inataa).
Kátia começou a formar animais terapeutas há 14 anos, quando levou sua própria cachorra para tratar idosos em um asilo. “Nossa inspiração vinha da Delta Society, uma organização que usa pets terapeutas desde os anos 70”, conta. A diferença entre o treinamento dos cães brasileiros está na relação de proximidade criada com o paciente. “Pela natureza do nosso povo, preferimos uma cauda abanando, bichos mais carinhosos do que os usados nos tratamentos americanos.”
Quando seus serviços são contratados pela família de um paciente, Kátia escolhe um filhote de acordo com o perfil da casa e das necessidades do tratamento. O cãozinho ainda não vai para o lar. Primeiro, passa por um treinamento na casa da psicóloga. Enquanto isso, ela começa o tratamento com um de seus quatro cachorros, que são mais experientes. Aos poucos, o filhote começa a fazer parte das sessões, até que pode ficar sozinho com o idoso ou criança. O processo pode durar até 18 meses.
“Se o cachorro nunca viu uma cadeira de rodas, pode se assustar e prejudicar a relação de confiança com um idoso”, afirma Kátia. Além do adestramento, a psicóloga faz os cães passarem por dois processos: socialização e sensibilização. Com a socialização, o pet se acostuma ao relacionamento com todo tipo de paciente. Para isso, Kátia passeia com ele por locais públicos. A sensibilização trata de acostumar o bichinho a cheiros, toques e sons diferentes. “Faço o cão passar por diversas situações em que exercita os sentidos”, diz. “Depois de sensibilização e socialização, o cachorro pode realmente ser um terapeuta.” (Com a colaboração de Míriam Castro).

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