Ao menos nos Estados Unidos, como Bob Lowry descobriu recentemente ao tomar o caminho do que muitos consideram uma aposentadoria precoce em 2001, aos 52 anos. Lowry deu adeus ao emprego de dirigente de uma empresa de consultoria para emissoras de rádio.
Sua mulher, Betty, deixou o trabalho de professora em seguida e ambos passaram a imaginar o que exatamente fazer da vida dali em diante.
Mas a aposentadoria – e principalmente envelhecer – não se mostraram exatamente o que o casal esperava. De fato, apesar dos esforços para transmitir aos leitores de seu blog Aposentadoria Satisfatória, Lowry descobriu que há muita confusão sobre o que realmente significa envelhecer no século 21.
O maior equívoco é o de que aos 65 o americano médio se aposenta e vai para a Florida. “Isto se dava com a geração anterior à minha. Muito poucos de meus leitores” – ele diz – “se contentam em ficar sentados em uma cadeira de jardim e jogar golfe o dia inteiro.”
Ele optou por permanecer em Scottsdale, no Arizona, em vez de se distanciar da família, e engajou-se em trabalhos voluntários.
Muito se fala da geração de babyboomers que atinge a idade de se aposentar e abandona em massa os empregos – em parte esgotando as reservas do Seguro Social do país ou permanecendo no trabalho por muito mais tempo do que a média histórica de idade para essa mudança.
Uma pesquisa do instituto Gallup feita no início do ano apontou que 74% dos americanos adultos planejam continuar trabalhando após os 65. Tal mudança de atitude em relação ao trabalho é apenas uma das transformações culturais que ocorrem nos Estados Unidos. Assim, os 50 Estados terão de engalfinhar-se com isto, à medida que um país envelhecido tornar-se-á menos previsível e mais transparente à realidade.
A mudança de atitude em relação à saúde – e ao desejo crescente dos idosos de envelhecer e morrer em suas casas – e as experiências adquiridas no aprendizado de toda uma vida forçarão os estados a adaptarem seus orçamentos mais especificamente às necessidades da geração pós-1950 e menos aos que estão chegando agora ao mercado.
Um rápido olhar para as estatísticas de emprego de pessoas com mais idade já revela que tal movimento está ocorrendo. Mais de 9,2 milhões de americanos com mais de 65 anos tinhm empregos fulltime ou de meio período em agosto deste ano, o que significa um crescimento de 64% em relação aos 5,6 milhões de empregos de mais velhos há uma década.
“Nos últimos 30 anos, mais ou menos, tem havido um crescimento contínuo na percentagem de trabalhadores com mais de 65 anos na força de trabalho”, afirma David Nathan, gerente de relações com a mídia da AARP (American Association of Retired Persons). Os números de 1985 estavam em 10,8% — pouco acima da relação um para cada dez com 65 anos e mais. Com uma ou duas exceções, os percentuais subiram ano a ano desde então e agora apontam 19,2%. Esperam-se novos aumentos nos próximos anos. (do US News & World Report de 11/10/2017)