Nestes dias em que o coração cresce no peito e resolve falar mais alto com a consciência, buscando ser ouvido e atendido, sua voz me faz perguntar por que ele se deixa ficar, nas outras épocas do ano, em um canto esquecido do peito, sem exigir de mim a mesma vibração de sensibilidade para o que é bom, simples, nobre, generoso, elevado e revelador do que eu poderia ter de melhor. Então me interrogo, intrigado, por que aceito ser menos por tanto tempo?
Este o desafio para o ano que vai começar. O de viver todos os outros meses com o mesmo calor cardíaco e a mesma pulsão por bondade, justiça e a solidariedade que os dezembros propõem. Para que eu exercite também nos outros meses, para o meu bem e o dos outros, o repertório de virtudes que todos trazemos no peito.