População idosa avança sobre a de jovens

A idade média da população de S. Paulo chegará aos 40 anos já em 2030.

Notícia publicada n’ O Estado de S. Paulo em janeiro informa que a proporção de jovens e idosos em São Paulo vai se inverter em dezesseis anos, segundo uma projeção da Fundação Sistema Estadual de Análise Dados (Seade). Hoje, a cidade tem 19,73 % de pessoas com até 15 anos e 13,18 % com mais de 60 anos, para o total de 11.513.836 habitantes. Em 2030, quando a população chegará a 12.242.972, haverá 20,1% de idosos e 13,18% de jovens.
Nos próximos 16 anos haverá crescimento numérico anual de 45.571 pessoas e crescimento médio de 0,38%, com o envelhecimento constante dos paulistanos. Esse aumento de idade média deverá ocorrer em todos os distritos da cidade.
A idade média na capital deverá aumentar em 4,37 anos, ao passar de 34,71 anos, em 2014, para 39,08 anos, em 2030. O envelhecimento maior pela idade média dos moradores será nos distritos de Vila Andrade (6,03 anos) e Anhanguera (5,91 anos), e os menores no Pari (2,38 anos) e Belém (2,42 anos).
Daqui a 16 anos, os distritos com as mais altas idades médias da população deverão ser os mesmos de hoje: Alto de Pinheiros (42,48 anos e 47,23 anos, respectivamente) e Jardim Paulista (42,32 anos e 47,00 anos).
Atualmente, a Consolação é o distrito com menos jovens: apenas 9,5% de pessoas nessa faixa. No primeiro lugar aparecem Parelheiros e Jardim Ângela, com 25% de população jovem. No futuro, Consolação e Alto de Pinheiros serão os distritos com menos jovens (10,4% e 10,3% respectivamente).

Trabalho senior: será verdade?

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A Folha de S. Paulo publicou, na edição de 9 de fevereiro, matéria assinada pelo repórter Pedro Soares, da sucursal do Rio, segundo a qual o emprego para os mais velhos foi o que mais cresceu no país em 2013.
Segundo o jornal, “aqueles com mais de 60 anos que procuram emprego encontram facilmente”. E que “o total de pessoas ocupadas nesse grupo etário cresceu 6,8% entre o segundo trimestre de 2012 e o mesmo período de 2013. Foi, de longe – escreve a Folha –, a faixa etária que mais avançou: mais de cinco vezes a média (de 1,1% para as outras faixas)”.
Bem, não há como contestar as estatísticas apresentadas pelo PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do Ministério do Trabalho, e citadas pelo jornal. Os motivos para um crescimento tão positivo seriam três: o envelhecimento da mão de obra, a procura por pessoal mais qualificado e experiente e as regras para aposentadoria, que penalizam quem para de trabalhar mais cedo.
Ainda assim, no mesmo período, o contingente de trabalhadores com mais de 60 anos, que representavam antes apenas 21,9% da força de trabalho nacional, avançou para meros 22,3% — índice que, convenhamos, é ainda muito baixo diante do tão propalado envelhecimento da mão de obra do país.
A matéria também não informa que tipo de postos de trabalho foram preenchidos pelos sessentões, mas pode-se imaginar que foram os menos qualificados e com os menores salários – bem na contramão da alegada procura por trabalhadores mais qualificados e experientes, que certamente continuam a encontrar grande dificuldade em furar o bloqueio das empresas.
Estas têm discurso “politicamente correto” para uso institucional, segundo o qual o adulto de mais idade é valorizado por seu conhecimento e responsabilidade, mas,no dia a dia, descartam liminarmente os mesmos candidatos que, segundo a matéria, encontrariam “facilmente” um novo emprego.

A capacidade para o trabalho após os 50 anos

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O Dr. Julio Abramczyk revelou em sua coluna publicada na Folha de S. Paulo que testes afirmam não haver diferença de desempenho entre trabalhadores com 50 anos e mais e outros trabalhadores abaixo dessa idade. “A dificuldade para conseguir emprego aos 50 ou mais anos de idade é reconhecida em todas as atividades”, afirma o colunista.

“No entanto, o ICT (Índice de Capacidade para o Trabalho) indica desempenho similar, isto é, sem diferença, em testes realizados comparando trabalhadores acima dos 50 anos e pessoas abaixo dessa idade, segundo uma pesquisa publicada no periódico Brazilian Journal of Physical Therapy”.

“O estudo “Índice de capacidade para o trabalho e capacidade funcional em trabalhadores mais velhos”, de Rosemeire S. Padula e colaboradores da pós-graduação em fisioterapia da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo), aponta que o número de doenças e medicamentos regularmente usados foi maior entre os trabalhadores mais longevos.”

“Entretanto, condições de saúde desfavoráveis parecem não afetar a capacidade deles para o trabalho.”

“Os trabalhadores mais velhos participantes do estudos eram casados, mais escolarizados e tinham maior renda, uma relação direta e positiva para a capacidade de trabalho, asseguram os autores”.

“A explicação: em todas as profissões, aquelas pessoas com mais anos de estudo e maior renda têm experiência profissional mais rica, demonstram melhor desempenho intelectual e também têm melhor saúde”.

“Os mais pobres e menos escolarizados apresentam tendência para maior fragilidade biológica e psicológica `a medida que envelhecem”. (Julio Abramczyk, in Folha de S. Paulo de 01/02/2014).